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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Intenções de Missa


Está bem difundido nas comunidades o costume de anunciar, antes do início da Missa, as intenções pelas quais será celebrada a Eucaristia.

Vamos refletir sobre esse procedimento, tentar esclarecer seu significado e alertar quanto a possíveis desvios.

1. O costume de “mandar celebrar Missa”
As pessoas procuram o sacerdote ou vão até a secretaria da igreja e solicitam que a Missa de um determinado dia, no horário estabelecido, seja aplicada numa determinada intenção: por alma de um falecido, ou em ação de graças por um aniversariante, ou pelo sucesso de uma operação... e assim por diante.

O fiel que “manda” celebrar a missa oferece uma “espórtula”, ou seja, contribui com um valor em dinheiro que caberá ao sacerdote pela prestação dos serviços religiosos. Atualmente, mais comum a Missa com intenções coletivas, ou seja, várias pessoas encomendam suas intenções, e contribuem com quanto quiserem. A soma dos valores recebidos constituirão a “espórtula” daquela Missa.
2. O que significa tudo isso?

Como é que nosso povo entende esses procedimentos? Entende que a Missa, que o sacrifício de Jesus na cruz, tem um valor espiritual infinito. Portanto, aplicar a Missa por um falecido, por um doente ou em ação de graças é encomendar a oração mais poderosa que se pode oferecer.
A “espórtula” não pode ser entendida como “pagamento”, pois o valor da Missa é infinito, não tem preço! A contribuição seria então uma taxa para o sustento do sacerdote, para cobrir as despesas de funcionamento da igreja e dos serviços religiosos. Todo mundo sabe que é assim que funciona em nossas paróquias, em nossas igrejas. Em princípio, tal costume não merece objeção. Porém, com frequência, acontecem desvios. Há pessoas que “encomendam” a missa, mas, não se envolvem, não se interessam pessoalmente pela celebração; imaginam que sua própria participação na oração não é nem mesmo necessária, pois o efeito do sacramento depende apenas do ministro ordenado. Se foi registrada a intenção, se foi dada a contribuição “devida”, o efeito seria automático.
3. Qual a maneira correta de colocar as intenções?
Claro que a Eucaristia só pode ser celebrada por um sacerdote. Mas cada membro da assembléia pode e deve participar ativamente na Missa. A intenção que foi encomendada deve estar, em pri-meiro lugar, dentro do nosso próprio coração. Mais importante e mais relevante que a leitura da lista de intenções antes do início da Missa, muitas vezes extensa e monótona, é estar consciente de que podemos nos unir com Jesus que se oferece no sacrifício do altar, colocando mentalmente nossas intenções. Interessante é que há momentos específicos para isso na própria estrutura da celebração:
- quando chegamos à igreja e, em silêncio, nos colocamos diante do sacrário, fazendo já nossas in-tenções;
- quando o sacerdote, depois do Ato Penitencial ou do Glória diz “oremos”, antes da primeira oração da Missa;
- durante as preces dos fiéis (pena que em muitos lugares não se reserva um tempinho em silêncio para que cada um reze por suas intenções particulares);
- durante a grande Oração Eucarística, quando se reza pela Igreja, pelo papa, pelo bispo... é o mo-mento de rezar pelos vivos. É mais um momento para colocar, em silêncio, nossas intenções parti-culares;
- ainda durante a grande Oração Eucarística, quando se reza pelos que já deixaram esta vida (mo-mento de silêncio). É o momento de rezar, no silêncio do coração, pelos nossos falecidos;
- quando se reza pela paz, outro momento privilegiado para colocarmos nossas inten¬ções, agradecer ou pedir pelos que sofrem ou necessitam de uma graça especial;
- na hora da comunhão, estando com Ele dentro do coração. É hora de lhe falar sobre as nossas in-tenções, na intimidade e na profundeza da fé.
Pare um pouquinho para pensar: Será que a gente não desperdiça essas excelentes oportunidades de colocar bem dentro do Coração de Jesus as nossas intenções, aquelas que de fato podem brotar do nosso próprio coração. “Mandar celebrar Missa”, o que relativamente é muito fácil, e depois não participar devidamente e conscientemente da Eucaristia acaba sendo um aberrante contra-senso. Você não acha?

Clodoaldo Montoro (Deus Conosco nº 109, Janeiro de 2011, p.123-124, Editora Santuário)
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* Intenções da Missa: em cada comunidade, o costume é diferente. Normalmente, as intenções, por falecidos e outras, são lidas antes da missa. A leitura deve começar com antecedência suficiente para não atrasar o horário do início da celebração. As intenções não devem ser lidas depois do Hino de Louvor depois que o presidente diz “Oremos” (IGMR 32). Às vezes, é constrangedor dizer “quem encomendou” a missa, porque parece comércio. Também é delicado o padre ressaltar algu-ma das intenções, deixando as outras de lado. Por isso, cada comunidade tem que analisar o proce-dimento com as intenções de missa, bem como das espórtulas.
Lourenço Mika www.maikol.com.br – Artigos, Artigo 11