A festa do Natal precede aquela festa pagâ do Sol Invicto.
por Michele Loconsole,
Diferentes fontes confirmam que a festa do Sol Invicto foi posta no dia 25 de dezembro para tentar “ofuscar” aquela do Natal cristão. Não o contrário!
Ultimamente se ouve que a festa do Natal teria sido colocada pela Igreja no dia 25 de dezembro, em seu calendário litúrgico, somente nos inícios do século IV, que não é historicamente fundada. Ou seja, que não é possível saber com certeza em qual dia nasceu, em Belém, Jesus de Nazaré.
Daqui vem a hipótese – hoje em dia muito acreditada – que a escolha do dia 25 de dezembro seria o resultado calculado de uma operação ideológia, feita pela Igreja antiga, para sobrepor-se e, enfim, absorver a festividade pagã do deus Sol; a cerimônia cultual-astronômica que vinha celebrada em diversas cidades, e não apenas na area do Mediterrâneo, bem antes do nascimento de Jesus, em coincidência com o solstício de inverno.
Fenômeno, aquele feito pela Igreja de Roma, talmente conhecido aos estudiosos de fenomenologia das religiões como de inculturação ou de cristianização do Império Romano.
Até aqui esse é o pensamento dominante. Ao contrário, porém, à luz das fontes, parece que tenha sido exatamente o contrário. De fato, é justamente a festa pagã do Sol Invicto que foi colocada – ou melhor deslocada – para o dia 25 de dezembro para tentar “ofuscar” aquela festa de Natal, cujos testemunhos documentais são de muito tempo mais antigos do que as outras. Somente para citarmos uma: Hipolito de Roma, já em 204, referia que a Igreja festejava o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro.
Essa referência litúrgica, pertencente àquela parte da Igreja universal que provinha do contato com a primitiva tradição judeu-cristã, estava ligada a uma outra ainda mais antiga, a da Anunciação do Arcanjo Gabriel a Zacarias, fixada no calendário liturgico oriental no dia 23 setembro.
Sobre as relações entre essas duas festas cristãs já me referí em um precedente artigo publicado pela Zenit em 21 de dezembro de 2009, onde reportei também o fundamento histórico-arqueológico sobre a historicidade do nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro; evidência possível graças à descoberta do Livro dos Jubileus, traduzido e comentado pelo professor Shemarjahu Talmon da Universidade de Jerusalem, logo após à descoberta em 1947 dos Rolos de Qumran.
E então, voltando para a questão: qual das duas festas celebradas em 25 de dezembro, a do Sol Invicto ou do Natal cristão, é a mais antiga? Qual das duas tentou prevalescer sobre a outra?
Sobre a antiguidade do Natal eu já falei acima. Passando, ao invez, a analisar as fontes que atestam as datas da festividade pagã, pergunto: qual a data da primeira fonte documental que a festividade do Sol vinha celebrada no dia 25 de dezembro?
Resposta: o único documento que temos hoje à disposição é o Chronographus anni 354. Para se ter uma idéia é só comfrontar a parte VI, que tem o título "Calendário com textos e ilustrações para os doze meses".
Ainda que a informação pareça antiga, aparece depois da metade do século IV depois de Cristo e logo após o primeiro Concílio de Nicéia. Lembro para confronto que a primeira atestação do Natal no dia 25 de dezembro é no ano 204, exatamente 150 anos mais antiga.
Antes do ano 354, para voltarmos às fontes da festa do Sol Invicto, ainda duratne o reinado de Licinio (imperador desde o ano 308 até 324 d.C.) o culto ao deus solar vinha celebrado no dia 19 de dezembro e não no dia 25! (cfr. a inscrição citada por Allan S. Hoey, Official Policy towards Oriental Cults in the Roman Army, Transactions and Proceedings of the American Philological Association (70) 1939, pp 456-481, a p. 480, nota 128).
Se acrescente, pois, que esta antiga festa astronômica vinha celebrada em diversas outras datas do ano, entra as quais muitas vezes vinha escolhido o período entre os dias 19 e o 22 de outubro (a tal proposito se veja M. R. Salzman, New Evidence for the Dating of the Calendar at Santa Maria Maggiore in Rome, Transactions of the American Philological Association (111) 1981, pp. 215-227, a p. 221).
O culto do deus Sol, só para dar mais um esclarecimento, foi introduzido em Roma por Eliogabalo (imperador desde o ano 218 até o 222) e oficializado pela primeira vez por Aureliano em 274, que no dia 25 de dezembro daquele mesmo ano consagrava o Templo do Sol Invictus. A festa recebeu o nome de “Dia do nascimento do Sol invencível”. Uma ocorrência, portanto, que poderia ter visto suas origens ocidentais pelo fim do terceiro século depois de Cristo.
Se tenha presente, também, que os romanos, já nos tempos do imperador Adriano (imperador desde o ano 117 até 138), pensavam que os cristãos adorassem o sol. Em realidade comentavam os usos litúrgicos cristãos que tinham se consolidado graças ao trabalho de São Justino (morto em Roma entre o ano 162 e o 168), que solidificou os temas fortes da teologia cristã (domingo, Eucaristia, Ressurreição, Natal, etc) usando o símbolismo do sol: nesta época se está na primeira metade do século II.
Concluindo, à luz de quanto dissemos creio que seja possível afirmar pelo menos duas coisas importantes: A primeira, que a festividade do Sol Invicto não era celebrada somente no dia 25 de dezembro – e que esta data foi imposta sobre outras somente depois da metado do IV século d.C.
A segunda, que no Ocidente esta festa pagã tem testemunhos documentais bem mais recentes do que a festa do Natal cristão, que como vimos são mais antigas.
Então: não nos nasce a legítima dúvida de que o ingresso da festa do Sol Invicto no calendário romano do III século depois de Cristo poderia corresponder à vontade por parte do establishment (poder) imperial de “ofuscar” a festa cristã, que era certamente celebrada em Roma no dia 25 de dezembro desde, pelo menos, setenta anos?
Enfim, esta nova hipótese seria probabilíssima se pensarmos ao clima de perseguição no qual a religião de Cristo teve que existir em quase todas as regiões do Império romano, desde suas origens até a vinda de Costantino (imperador desde o ano 306 até o 337 depois de Cristo) e ainda mais ainda diante das proposições do Concilio di Nicea (325 d.C.).
Texto traduzido do italiano:
por Michele Loconsole,
Diferentes fontes confirmam que a festa do Sol Invicto foi posta no dia 25 de dezembro para tentar “ofuscar” aquela do Natal cristão. Não o contrário!
Ultimamente se ouve que a festa do Natal teria sido colocada pela Igreja no dia 25 de dezembro, em seu calendário litúrgico, somente nos inícios do século IV, que não é historicamente fundada. Ou seja, que não é possível saber com certeza em qual dia nasceu, em Belém, Jesus de Nazaré.
Daqui vem a hipótese – hoje em dia muito acreditada – que a escolha do dia 25 de dezembro seria o resultado calculado de uma operação ideológia, feita pela Igreja antiga, para sobrepor-se e, enfim, absorver a festividade pagã do deus Sol; a cerimônia cultual-astronômica que vinha celebrada em diversas cidades, e não apenas na area do Mediterrâneo, bem antes do nascimento de Jesus, em coincidência com o solstício de inverno.
Fenômeno, aquele feito pela Igreja de Roma, talmente conhecido aos estudiosos de fenomenologia das religiões como de inculturação ou de cristianização do Império Romano.
Até aqui esse é o pensamento dominante. Ao contrário, porém, à luz das fontes, parece que tenha sido exatamente o contrário. De fato, é justamente a festa pagã do Sol Invicto que foi colocada – ou melhor deslocada – para o dia 25 de dezembro para tentar “ofuscar” aquela festa de Natal, cujos testemunhos documentais são de muito tempo mais antigos do que as outras. Somente para citarmos uma: Hipolito de Roma, já em 204, referia que a Igreja festejava o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro.
Essa referência litúrgica, pertencente àquela parte da Igreja universal que provinha do contato com a primitiva tradição judeu-cristã, estava ligada a uma outra ainda mais antiga, a da Anunciação do Arcanjo Gabriel a Zacarias, fixada no calendário liturgico oriental no dia 23 setembro.
Sobre as relações entre essas duas festas cristãs já me referí em um precedente artigo publicado pela Zenit em 21 de dezembro de 2009, onde reportei também o fundamento histórico-arqueológico sobre a historicidade do nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro; evidência possível graças à descoberta do Livro dos Jubileus, traduzido e comentado pelo professor Shemarjahu Talmon da Universidade de Jerusalem, logo após à descoberta em 1947 dos Rolos de Qumran.
E então, voltando para a questão: qual das duas festas celebradas em 25 de dezembro, a do Sol Invicto ou do Natal cristão, é a mais antiga? Qual das duas tentou prevalescer sobre a outra?
Sobre a antiguidade do Natal eu já falei acima. Passando, ao invez, a analisar as fontes que atestam as datas da festividade pagã, pergunto: qual a data da primeira fonte documental que a festividade do Sol vinha celebrada no dia 25 de dezembro?
Resposta: o único documento que temos hoje à disposição é o Chronographus anni 354. Para se ter uma idéia é só comfrontar a parte VI, que tem o título "Calendário com textos e ilustrações para os doze meses".
Ainda que a informação pareça antiga, aparece depois da metade do século IV depois de Cristo e logo após o primeiro Concílio de Nicéia. Lembro para confronto que a primeira atestação do Natal no dia 25 de dezembro é no ano 204, exatamente 150 anos mais antiga.
Antes do ano 354, para voltarmos às fontes da festa do Sol Invicto, ainda duratne o reinado de Licinio (imperador desde o ano 308 até 324 d.C.) o culto ao deus solar vinha celebrado no dia 19 de dezembro e não no dia 25! (cfr. a inscrição citada por Allan S. Hoey, Official Policy towards Oriental Cults in the Roman Army, Transactions and Proceedings of the American Philological Association (70) 1939, pp 456-481, a p. 480, nota 128).
Se acrescente, pois, que esta antiga festa astronômica vinha celebrada em diversas outras datas do ano, entra as quais muitas vezes vinha escolhido o período entre os dias 19 e o 22 de outubro (a tal proposito se veja M. R. Salzman, New Evidence for the Dating of the Calendar at Santa Maria Maggiore in Rome, Transactions of the American Philological Association (111) 1981, pp. 215-227, a p. 221).
O culto do deus Sol, só para dar mais um esclarecimento, foi introduzido em Roma por Eliogabalo (imperador desde o ano 218 até o 222) e oficializado pela primeira vez por Aureliano em 274, que no dia 25 de dezembro daquele mesmo ano consagrava o Templo do Sol Invictus. A festa recebeu o nome de “Dia do nascimento do Sol invencível”. Uma ocorrência, portanto, que poderia ter visto suas origens ocidentais pelo fim do terceiro século depois de Cristo.
Se tenha presente, também, que os romanos, já nos tempos do imperador Adriano (imperador desde o ano 117 até 138), pensavam que os cristãos adorassem o sol. Em realidade comentavam os usos litúrgicos cristãos que tinham se consolidado graças ao trabalho de São Justino (morto em Roma entre o ano 162 e o 168), que solidificou os temas fortes da teologia cristã (domingo, Eucaristia, Ressurreição, Natal, etc) usando o símbolismo do sol: nesta época se está na primeira metade do século II.
Concluindo, à luz de quanto dissemos creio que seja possível afirmar pelo menos duas coisas importantes: A primeira, que a festividade do Sol Invicto não era celebrada somente no dia 25 de dezembro – e que esta data foi imposta sobre outras somente depois da metado do IV século d.C.
A segunda, que no Ocidente esta festa pagã tem testemunhos documentais bem mais recentes do que a festa do Natal cristão, que como vimos são mais antigas.
Então: não nos nasce a legítima dúvida de que o ingresso da festa do Sol Invicto no calendário romano do III século depois de Cristo poderia corresponder à vontade por parte do establishment (poder) imperial de “ofuscar” a festa cristã, que era certamente celebrada em Roma no dia 25 de dezembro desde, pelo menos, setenta anos?
Enfim, esta nova hipótese seria probabilíssima se pensarmos ao clima de perseguição no qual a religião de Cristo teve que existir em quase todas as regiões do Império romano, desde suas origens até a vinda de Costantino (imperador desde o ano 306 até o 337 depois de Cristo) e ainda mais ainda diante das proposições do Concilio di Nicea (325 d.C.).
Texto traduzido do italiano:
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