Depois da morte e ressurreição de Cristo, o Cristianismo espalhou-se pelo Império Romano e Oriente Médio. Através dos apóstolos e das testemunhas que tinham conhecido Cristo vinham descrições de sua aparência.
Iniciou-se então a criação e difusão de imagens de Cristo, dos seus discípulos e dos mártires da fé cristã.
Aos poucos, por meio da pintura, mosaicos e escultura foram representados os conteúdos da fé para que o crente analfabeto pudesse aprender, uma vez que os livros eram raros e a leitura reservada a uns poucos.
Na igreja a arte tinha finalidade didática.
Era assim uma arte que obedecia prescrições estabelecidas para preservar a fidelidade aos conteúdos da fé e o repeito ao sagrado. Até que, com o imperador Constantino, cessassem as perseguições aos cristãos a representação da fé se dava de maneira prevalentemente simbólica e principalmente nas catacumbas.
Catacumbas eram os locais que serviam de cemitério subterrâneo aos primeiros cristãos, para quem a fé se baseava na esperança da vida eterna após a morte. Foi em Roma que se revelaram as primeiras pinturas murais em catacumbas. É nesta constante aspiração ao Paraíso que o ritual funerário do enterro, e a consequente manutenção da sepultura, vai ser o elemento chave das primeiras representações da arte cristã. A palavra "cemitério" (do latim tardio coemeterium, derivado do grego κοιμητήριον [kimitírion], a partir do verbo κοιμάω [kimáo] "pôr a jazer" ou "fazer deitar") foi dada pelos primeiros cristãos aos terrenos destinados à sepultura de seus mortos. Os cemitérios ficavam geralmente longe das igrejas, fora dos muros da cidade.
Os símbolos e afrescos são como um sumário da fé cristã. Na sua evolução histórica, os símbolos cristãos foram sendo enriquecidos pela cultura dos povos e pela arte.
O termo símbolo, com origem no grego σύμβολον (sýmbolon), fala da união de algo representativo (realidade visível) que está em lugar de outro algo (realidade invisível) que tanto pode ser um objecto como um conceito ou idéia, determinada quantidade ou qualidade.
Um exemplo é o da Bandeira Nacional que é um símbolo da Pátria. Isto quer dizer que quando você vê ou toca a bandeira, logo seu pensamento voa até o país que ela representa, por exemplo, o Brasil. Então, através da Bandeira do Brasil você passa a considerar tudo o que pertence ao Brasil: sua extensão, as matas, os rios, as riquezas, o povo, enfim tudo o que faz parte do Brasil. E se alguém ofender a Bandeira mexe com o sentimento patriótico.
Então o símbolo (objeto) nos transporta para outra realidade que está além do símbolo e tem relação com símbolo. Vamos dar um exemplo, tirado do nosso mundo cristão: o crucifixo. Todo cristão reconhece no crucificado a pessoa de Jesus Cristo, que redimiu do pecado e nos salvou. Portanto, aquele objeto de metal, madeira, ou de outro material, simboliza nosso Redentor, Jesus Cristo. Por isso tratamos com respeito o crucifixo, ele é para nós um objeto sagrado.
Gestos simbólicos são ações que têm a mesma função do símbolo, isto é, nos transportam para outra dimensão, outra realidade, que, porém tem relação com o gesto simbólico. Por exemplo, no início e no fim, da missa o padre traça sobre si o sinal-da-cruz, enquanto diz as palavras “Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo“. É um gesto simbólico, que nos remete à Santíssima Trindade a que invocamos nesses momentos.
Eis alguns sinais ou símbolos cristãos:
(Alfa e Omega) São a primeira e a últimas letra do alfabeto grego. São aplicadas a Cristo, principio e fim de todas as coisas. Em geral aparecem no círio pascal, mas também nos paramentos litúrgicos, no ambão e no tabernáculo. (Monograma de Cristo): formado por duas letras do alfabeto grego, o X (qui) e o P (rô), entrelaçados. São as duas primeiras letras da palavra grega “Christòs”, isto é, Cristo. O monograma, colocado numa sepultura, indicava que o defunto era cristão;. Ajustando as duas, formavam-se as inicias da palavra Cristos: Cristo. Com freqüência este sinal aparece nos paramentos dos padres, no ambão, na porta do sacrário e na hóstia.
(IHS): São inicias das palavras latinas Iesus Hominum Salvator, que significa: Jesus Salvador dos Homens.Geralmente são empregadas nas portas dos tabernáculos e nas hóstias.
(O Bom Pastor com a ovelha nos ombros): representa Cristo Salvador e a alma salva por Ele. Esse símbolo está freqüentemente presente nos afrescos, nos afrescos das catacumbas, nas sepulturas e estátuas;
(O orante): essa figura representada com os braços abertos simboliza a alma que já vive na paz divina;
(Agnus Dei): o cordeiro com a cruz: o sacrifício de Cristo. A expressão aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de João, onde João Baptista diz de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo" (João, 1,29).
(O Peixe): Peixe na língua grega diz-se IXOYC (ictìus). As letras dessa palavra dispostas verticalmente formam um acróstico (as iniciais da frase): Iesùs Christòs Theòu Uiòs Soteèr = Jesus Cristo Filho de Deus Salvador. Acróstico é uma palavra grega que significa a primeira letra de cada linha ou parágrafo.
(A Cruz âncora): a âncora é o símbolo da salvação, símbolo da alma que felizmente chegou ao porto da eternidade;
(O Pelicano): a principal característica do pelicano é uma bolsa membranosa que prende o bico, duas ou três vezes maior que seu estômago, que tem a finalidade de armazenar alimento por um determinado tempo. Quando nutre os filhotes dobra o pescoço e aproxima o bico do peito, dando a impressão de tirar o alimento do próprio peito. Na Europa medieval eram considerados animais especiais e zelosos que alimentavam os filhotes com o alimento que extraíam da sua própria bolsa e chegando a faltar alimento, dava-lhes o seu próprio sangue. Daí tornar-se um símbolo da Paixão de Cristo, da Eucaristia e da auto-imolação, costumando a sofrerem de uma doença que os deixavam com marca vermelha no peito.
(A fênix) pássaro mítico da Arábia, que segundo a crença dos antigos ressurge de suas cinzas depois de um determinado número de séculos, é um símbolo da ressurreição.
Cristo, do amor infinito de Deus por nós, e da redenção dos cristãos, tem ao longo do tempo, recebido novas formas de representação.
(As letras INRI) são as inicias das palavras latinas Iesus Nazarenus Rex Iudocorum, que significaram: Jesus Rei dos Judeus.O Evangelho de João nos informa que estas palavras estavam escritas em três línguas (hebraico, latim, grego) sobre a cruz de Jesus (cf, João. 19,19).
(O Triângulo): com três ângulos iguais (eqüilátero), ou três círculos que se interpenetram, representa a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
Os símbolos falam por si e têm grande poder de comunicação.
Podemos escolher símbolos para as celebrações, mas não devemos explicá-los, porque, à medida que os explicamos, empobrecemos o seu significado e encurtamo o seu alcance. Cada pessoa será atingida pelo símbolo conforme sua compreensão, sua historia de vida, sua situação no momento atual.
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ResponderExcluirO aqui escrito acerca da localização das palavras ao benzer (sinal da cruz) está errado. Efecivamente muita gente assim pensa, mas repito: está errado. No Eixo vertical é «Em Nome -> do Pai» (a linha vertical simbolica da nossa espiritual relação com Deus, atarves da Oração, da meditação e sobretudo das nossas conversas cm Deus e ainda a comunicação de Deus connosco. No eixo horizontal o Filho e o Espirito Santo, que na Ortodoxia muito corretamente quando se diz FILHO se colaca a mão no ombro direito, porque o Filho está à direita do Pai, e Espirito Santo no ombro esquerdo. O ponto da testa com o ponto do ombro direito e o do ombro esquerdo formam entre si um triângulo que é símbolo da Santíssima trindade (ou seja, em Nome de Deus TRINO que nos benzemos). O Eixo vertical é tamben a afirmação que tudo procede e depende do Pai, inclusive o Filho e o Espirito Santo.
ResponderExcluirA grande confusão resulta do que os Leigos vêm ao receber a Bênção, na qual quem a dá está de frente para quem a recebe, ou seja, ao ao contrário; por imitação as pessoas se benzem inversamente, omitindo que Jesus está à direita do Pai. Este erro tem séculos, contudo só existe na Igreja Católica do Ocidente, pois a Santa Ortodoxia se benze corretamente!
Quando se dá a Bênção à mão, com a Cruz ou com o SS Sacramento, no eixo horizontal vai primeiro à esquerda e depois à direita, porque é dada de frente e assim dirigida ao contrário, ou seja ao ombro direito e depois ao esquerdo de quem é abençoado e aqui está certo porquw Jesus está sentado à direita de Deus Pai.
Caríssimos
ResponderExcluirPaz e Bem
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Quanto ao Pelicano, na verdade é mesmo um simbolo Eucarístico, e muito antigo por sinal.
Você diz que o Pelicano dá a impressão de tirar alimento do próprio peito para alimentar os filhotes,,, pois, percebe-se que desconhece o que se passa na realidade com os pelicanos: Caso a pelicana não tenha alimento para dar aos filhos ela se pica mesmo até sair sangue e é com o próprio sangue que alimenta os filhos.
Esta imolação de dar o seu sangue pela vida dos filhos também Deus a operou connosco aceitando a imolação do Seu Filho Cristo Jesus pela nossa vida Eterna, ou seja, pela nossa Salvação. O pelicano com os filhos no ninho, é o mais perfeito símbolo Eucaristico. Vários Paspas e Bispos ostentam nos seus brãsões o pelicano com os filhotes. Veja em Heráldica o brasão da família Gomes. Este simbolo era o brasão pessoal do Rei Dom João II de Portugal, que faleceu poucvos anos antes da descoberta do Brasil, mas foi ele quem a programou. Por sinal é também o centro das minhas armas episcopais.
O BOM PASTOR é aquele que cuida das suas ovelhas, e não aquele que apenas salvou a ovelha que traz aos ombros. Me perdoe, mas a sua análie esté errada. Jesus cuidou de tal modo das suas "OVELHAS" (os Homens de "Boa Vontade"), que deua a Sua Vida por elas.
ResponderExcluirMencionei intencionalmente HOMENS DE BOA VONTADE e não todos os Homens, porque Jesus, como se diz nas palavras da Consagração do Cálice «esta é o cálice do meu sangue... derramado por vós e por muitos», donde nao foi por TODOS os Homens; há padres que erradamente dizem "por todos os homens! Quando Jesus nasceu os anjos cantavam «Glória a Deus nas Alturas e Paz na Terra aos Homens de BOA VONTADE». Na verdade há Homens que não têm Boa Vontade e nada fazem pela sa salvação, aliás sempre houve, e por esses Jesus não deu a Vida porque não merecia a pena, eis pois aqui a razão pela qual o Sangue de Jesus não foi «por TODOS os homens», mas "derramado por muitos".