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segunda-feira, 28 de junho de 2010

O mundo da Bíblia - parte 1


A mentalidade bíblica: Justiça e direito.

Para as pessoas da Bíblia, o que conta é o mundo real em toda a sua materialidade. Por exemplo, sabemos que o termo hebraico dabar, significa ao mesmo tempo “palavra” e “acontecimento”. É uma palavra que se realiza no processo concreto da vida humana: assim é entendida a Palavra que de Deus dirige ao povo de Israel.
Deus nunca fala de maneira abstrata na Sagrada Escritura. É sempre um Deus que age e exige ação: na libertação do Egito, na criação do mundo, no dom da terra, na proteção ao povo, na destruição dos inimigos etc. Deus não é uma idéia fora da realidade, mas a manifestação de uma presença dentro da história.
Por isso, a salvação do ser humano é tarefa histórica, não uma fuga para um outro mundo. E uma tarefa social, pois Deus se dirige ao povo de Israel e Jesus Cristo é afirmado na comunidade que chamamos Igreja:
“Procurai o bem e não o mal Para que possais viver, E, deste modo, O Senhor, Deus dos Exércitos, estará convosco, como vós o dizeis!” (Amós 5,14)
“Ai daquele que constrói a sua casa sem justiça e seus aposentos sem direito, que faz o seu próximo trabalhar de graça e não lhe dá o seu salário (...) Pensas reinar só porque competes pelo cedro? Teu pai, porventura, não comeu e bebeu? Mas ele praticou o direito e a justiça! E corria tudo bem para ele! Ele julgou a causa do pobre e do indigente. Então tudo corria bem. Não é isto conhecer-me? –oráculo de Javé.” (Jeremias 22,13.15-16)
O individualismo não faz parte da mentalidade da Bíblia. A revelação de Deus se dá na história concreta das pessoas, abrangendo assim todos os seus níveis, desde os mais íntimos até os mais externos, como a política, a sociedade, a cultura... Sem redescobrir estas dimensões não há sentido em falar de salvação, comunidade, povo de Deus, Igreja, redenção... Quem se dirigir aos textos bíblicos com uma visão individualista só vai procurar por normas para a vida íntima e moral.
O Deus da Bíblia e sua encarnação em Jesus Cristo, dirigem-se às pessoas em sociedade. Ser cristão é defender um projeto de construção humana em sociedade. O Deus da Bíblia não é um ídolo a ser manipulado para o controle da natureza, mas uma presença constante nas relações de direito, justiça e solidariedade que os homens estabelecem entre si:
“Por acaso é este o jejum que escolhi, um dia em que o homem mortifique a sua alma? Por acaso a esse inclinar de cabeça como um junco, a esse fazer a cama sobre pano de saco e cinza, acaso é a isso que chamas jejum e dia agradável ao Senhor?
Por acaso não consiste o jejum que escolhi: em romper os grilhões da iniqüidade, em soltar as ataduras do jugo e pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo?
Não consiste em repartires o teu pão com o faminto, em recolheres em tua casa os pobres desabrigados, em vestires aquele que vês nu e em não te esconderes daquele que é a tua carne?
Se fizeres isto, a tua luz romperá como a aurora, a cura das tuas feridas se operará rapidamente, a tua justiça irá à tua frente e a glória de Deus irá à tua retaguarda.” (Isaías 58, 5-8)

Ser cristão é fazer a história acontecer como reino de vida e justiça.





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