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sábado, 12 de junho de 2010

Por que padre, frei, freira, não casam?

Sobre a Castidade evangélica
1. O fundamento da castidade evangélica consiste numa alegre descoberta e aceitação do amor de Cristo, como força transformadora.
2. Vive-se a castidade a partir de, e para os demais, oferecendo-se desta forma um testemunho de oblação ao Reino de Deus.
3. Para entendermos a castidade evangélica, devemos situá-la sob o ponto de vista de busca do amor humano: um animal não pode fazer esta opção, pois é impulso simplesmente; não tem sexo, é sexo.
4. Na pessoa humana é diferente: trata-se de um ser de relações interpessoais; nesse plano superior, o sexo não lhe é necessário, nem força decisiva, natural e cega. Nele, o sexo se converte em elemento simbólico, determinável, a partir da escolha, uma opção pessoal.
5. O homem, sem perder o instinto, pode dominá-lo, seguir ou não o impulso. A castidade então é vivida como triunfo da sexualidade. Não significa negação do amor, mas intenção de por a existência humana, com sua criatividade sexual, a serviço de um valor: cultural, humanístico, religioso, etc.
6. Trata-se de um encontro livre e criador. A sexualidade se converte então em sinal de escolha e de mistério religioso. A castidade vai integrar-se num projeto mais amplo de amadurecimento do amor, maturidade da pessoa como um ser livre, criador, alguém abeto para os outros e disposto a manter um diálogo e encontro constante com Deus.
7. Há vários caminhos de realização no Reino de Deus: a) o Matrimônio; b) a castidade na vida religiosa; c) celibato, como condição disciplinar para o presbiterato; d) celibato opcional de alguém que se doa para o bem da humanidade, em alguma atividade (religiosa ou não). O que importa é que todos os caminhos estão em favor do Reino.
8. A castidade não limita, ela é força que transforma que enriquece e determina a existência. A castidade é vocação, é chamado livre e pessoal de Deus, para o seguimento de Cristo Jesus, seu Filho amado. Esta realidade transfigura-nos e revigora-nos do fundo mesmo do nosso coração.
9. A vocação implica numa resposta. Todos os cristãos sentem o chamado absoluto de Cristo Jesus, que convida ao banquete das bodas... Oferece-lhes sua pérola mais preciosa. Todos querem responder afirmativamente. Porém, somente alguns sentem a necessidade de expressar esta resposta através dessa opção pela castidade evangélica.
10. A castidade não destrói a natureza. Supõe-na. A vocação à castidade apela por outro lado, ao esforço do homem. Pelo cultivo atento da vida de oração; reclama uma profunda gratidão ao chamado. Nós carregamos esse tesouro em vaso de barro, para usar uma linguagem de Paulo apóstolo; implica em um cuidado, zelo fervoroso deste dom recebido de Deus.
11. Somente podemos compreender a castidade sob o prisma da fé, dos valores evangélicos que apontam para mais além... daí, a dificuldade de muitos, querendo entendê-la apenas dentro de um curto e obtuso horizonte do natural.
12. Ora, a castidade começa na graça e terá de ser sempre vivida na graça, na fortaleza da fé, na alegria da oblação de amor ao Reino. Para muitos, ao verem um homem que faz esta opção, dirão: É um desperdício!
13. Para quem vê além, o sacrifício acima relatado toma significado de valor, de beleza. Diante de nossos olhos, as coisas deste mundo valem de maneira primordial, enquanto podem ser convertidas em sinal de força do amor de Deus, sobre a terra.
14. Quando se faz esta opção, não se perde a beleza, etc., e sim, descobre-se um sentido diferente...
15. A castidade é, portanto, descoberta e cultivo de uma fraternidade inter-humana; é objeto de esperança de alguém que está a caminho do Reino. A castidade se torna forte à medida de nossa doação de alegria, de comunhão, de nosso imenso amor pelo povo de Deus.
16. Sem amor, a castidade estará morta, não terá sentido. Um modo casto de viver a castidade é em relação às coisas criadas, a partir do horizonte da fé, a partir do Criador.
17. Castidade, portanto, é um modo de relacionar-se com a criação de Deus. Neste sentido, posso viver o voto de castidade o dia inteiro, pois o dia todo estarei me realcionando com a criação do nosso Deus!...
18. É espiritualmente míope expressar e viver a castidade referindo-se apenas ao sexto mandamento de Deus. Precisamos, sobretudo, conceber e viver a castidade sob o prisma de um sadio relacionamento com a obra criacional. Vivê-la sob a inspiração da bem-abenturança: Felizes os de coração puro, porque verão a Deus!...
19. Trata-se de uma ótica de fé!... ver a Deus. Quando partimos da fé, do ideal do Evangelho, todas as coisas, as pessoas, os acontecimentos se transfiguram, iluminam-se, convergem para o Criador! Somos, assim, bem-aventurados, porque vivemos a castidade.
20. São válidos para cultivar a castidade: programas de caridade, a virtude da alegria espiritual, a vida fraterna, como também os meios tradicionais: sadia disciplina, atividades equilibradas, oração, mortificação para fortalecer a vontade, um coração misericordioso.
21. Em nossa opção pela vida religiosa, na vivência da castidade pelo amor do Reino de Deus, lembramos esta verdade: entregamos a Cristo mais que uma parcela do nosso ser, doamos a raiz de nossa própria existência. Qualquer dos três votos (pobreza, obediência, castidade) na vida religiosa só pode ser entendido e vivido na dimensão do ideal de total consagração. Sua opção toma sentido de valor, por causa do Reino.

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